O que é dor emocional?
Entre os psicólogos/as no consultório clínico, é frequente ouvirmos as pessoas no ato de se consultar ou procurarem a psicoterapia, é comum ouvir perguntas como: Sim senhor/doutor, mas o que eu tenho ou que medicamento o senhor indica, você passa remédio? Qual é meu problema, como se fosse em um consultório médico.
Estamos acostumados a sentir dor e ir ao médico, passar o medicamento e
com um truque de mágica a dor some. Vivemos em um tempo que parece que as dores
são mais intensas, e a necessidade de resolver também é sempre urgente.
As vezes aparenta que sentir dor é como se fosse coisas do tipo: ah não
gostei disso vou jogar fora, não quero mais isso, como faço para me livrar
disso, vai demorar quanto tempo para passar. Fato é que temos acesso as coisas
por cliques, passando no cartão, então associamos a dor a ideia do se não
gostou, se sente incomodado joga fora, viaja ou compra outro, tomar um remédio
que passa.
A compreensão da dor não é a mesma de alguns anos atrás, estamos falando de uma nova geração. Entretanto, se esquecemos de perguntar de que dor estamos falando? Muitas pessoas não sabem diferenciar que existem dois tipos de dor, a física e a dor da alma ou emocional.
A dor física são dores visíveis, perceptível e localizáveis. Normalmente sabemos indicar e dizer onde dói. E a partir do momento que sentimos a dor vamos ao médico, que indica um exame para saber o que é, o que causa e o possível tratamento farmacológico. E por um curto tempo poderá estar resolvido.
Enquanto que as dores da alma ou emocionais não são visíveis, são densas, mas começa numa sutileza. Não são perceptíveis externamente e nem com exames médicos.
Você sabe que doí, que algo não está bem, e que é comum ir ao médico que pelas constantes queixas ao passar exames geralmente nada é detectado. Mas a dor está aí e você sente, ainda assim você vai trabalhar, para o colégio ou faculdade, saí com os amigos, festas, igreja e a dor continua aí.
A dor física, por ser mais fácil de ser localizada, também é mais comum ser resolvida em um curto tempo e as pessoas tendem a compreender melhor já que tem a comprovação de laudo médico. Enquanto que as dores emocionais não, o sujeito que sente é motivo de chacota, ouve coisa como, é falta de ter o que fazer, cabeça desocupada, frescura, é coisa desses jovens de hoje.
E se esses discursos estiverem chancelados de exames médicos que nada
foi diagnosticado, a pessoa passa por mais pressão ainda dos mais próximos. Dores emocionais/alma também é dor para se
levar a sério. É uma dor sem classe social, não olha extratos bancários é
sentida por qualquer um. O que, mas se ouve em consultório é:
Sim, mas o que eu tenho?
Respondendo ao questionamento, você pode não ter um rótulo em forma de
diagnóstico, o que você tem ou sente é dor. É um tipo de sofrimento psíquico que não se cura de forma farmacológica. Mais pela escuta, por meio de
psicoterapia, psico "mente" terapia "cura".
As pessoas perguntam, mas senhor, “mas a terapia é como não entendo?” e
“Como é essa técnica?” eu só quero me livrar dessa dor.
Eu sei que muitas vezes você espera sair do consultório com uma receita
com uma previsão de cura de uma ou duas semanas após ir à farmácia, mas não é
assim.
As pessoas têm medo de ficar só ou dormir por causa do medo, medo de um vazio existencial, trauma recente ou da infância, por
presenciar brigas e violência física entre os pais, enfim. Essa dor transcende
lugares, coisas e pessoas, onde você estiver ela estará lá. Está atrelado a sua
existência.
Portanto, saiba que os sofrimentos psíquicos são considerados muito mais intensos do que os sofrimentos físicos, já
que o cérebro por meio da memória faz questão de alertar-nos e cobrando sempre
por uma resposta ou solução.
A mesma zona do cérebro que reconhece as dores físicas são as mesmas para as dores emocionais, ambas ocorrem no córtex, ele é o responsável pela regulação ou inibição da angústia que é a associada à dor e ao nosso estado emocional negativo.
Vale salientar que, as dores emocionais podem transformar-se em dores físicas. Por meio da somatização, em crises de transtorno de ansiedade, transtornos do pânico, agorafoba e depressão etc. Algumas pessoas relatam dores emocionais associadas à dor física por 24 horas, a exemplo: pressão no peito, falta de ar, sensação de sufocamento e nó na garganta.
Precisamos falar mais sobre dores emocionais, educar as pessoas na busca
do autoconhecimento. A dor emocional é real, as pessoas mesmo não sabendo como lidar, nem descrever, mas elas
sentem, sofrem e o desfecho costuma a não ser das melhores.
Por quê, nós quando sentimos qualquer tipo de dor, o que desejamos é se
livrar dela o mar rápido possível e muitas vezes a qualquer custo. Custo altos,
para os pais e amigos próximos muitas vezes.
Não existe em procurar um psicólogo. Fazer terapia é um ato de amor próprio, é uma “virtude”.
Ver também: O que é saúde mental
1 Comentários
Bem útil, gostei :)
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